01 maio 2014

Fetiche


Qual exclusiva noite
para fatigar a lascívia.
(Cronometro ligado)
Diana Krall presente
no tom mais gracioso
que a eletrônica permitia.
Cheiro das velas
(muitas velas)
inebriava o ar
de tênue a vaporoso.
Sapato vermelho,
de salto alto,
impunha o tom,
passo a passo,
de chegada
e inicio
da apreensão
(suor na testa ruborizada).
Na visão
a lingerie
mais sublime
(e transparente)
que se possa imaginar,
e que contentava
aquele gosto
encapetado.
Meia luz,
ou luz nenhuma,
que dilatavam as pupilas,
na vontade de ver (muito) mais
que consentido
(ou o que seria desvendado,
daqui a pouco,
pouco a pouco).
De saliva estiada
a voz,
quase nada,
era rouca.
Na face
(batom, sombra, cílios delineados,
e um discreto gliter na pálpebra)
tudo clássico,
muito “Pin Up”.
Com movimentos lentos,
Uma dança foi estabelecida.
Tudo supremo...
Do toque do relógio queria mais
(muito mais!),
queria um ser sobrenatural,
que parasse aquele tempo,

e o fizesse infindo.

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