27 abril 2010
Brincadeira
Paixão,
no chão
da terra,
é mera
saliência,
sem penitência,
e tristeza.
Moleza!
Na cama,
é fama.
Tô nas estrelas,
ela nas telas.
Sigo vivo,
sempre emotivo,
de alma aberta,
com ela esperta.
Impondo risco,
arrisco!
E creio,
tenho meio,
de ser assim
completamente "sim",
anjo avesso,
dum corpo travesso.
01 abril 2010
Dois mundos
Minha brincadeira à dois
foi obliterada
por um fantasma,
daqueles que nascem doce,
vivem doce,
e morrem doce.
Meu silêncio
foi ocupado pelo barulho de fora,
máquinas movidas por créditos e fichas,
visão de carros, tiros e painéis digital,
adultos no cansaço e pequenos aprontando.
Onde eu estava naquele momento?
Minha cabeça corria o mundo,
tempo ingênuo,
de dois sem futuro,
de eterna agonia
de busca do prazer.
De lá vi aprendizado,
prazer,
tortura.
Aqui,
bolas coloridas e
uma criança brincando,
desejo urgente
de responsabilidade,
afeto
e amor puro.
O passado foi embora,
levou seu rastro de coisa boa,
mas deixe ele lá,
não te quero mais.
O presente,
meu bem me deu,
embrulhado
em papel de seda,
transparente e colorido,
com sua fita rosa desde o nascimento,
decorado com descoberta,
entrega sem custas,
e sem papéis assinados em cartório.