16 fevereiro 2010

Curvas



Quero falar das suas curvas,
Deusa negra,
vítima da Diáspora,
fonte de energia vital
(temo sua fertilidade!).

Aquelas que não basta as mãos para apalpar,
que nem um único olhar consegue admirar
(sou viciado nelas:
preciso de mais, mais e mais).

Daquelas que me provocam ciúmes,
que em meu imaginário noturno
me impede um sono tranquilo.

Aquelas que temo despir,
pois sei o que vou encontrar,
e como tonto vou me entregar,
sem questionar meu limite de ter.

É disso que quero falar
(sem o medo de possuir),
corpo vibratório,
caixa de ressonância
de uma música perfeita.

São elas que me movem até a ti,
elas que eu quero mergulhar,
sem querer pensar muito,
no que o mundo tem para me dar,
naquilo que ele faz para me impedir,
de te ser
(e te pegar!).