louca por café
(dissolúvel),
vestida com chambray e lycra,
L’air du Temps no ar
(algo meio Vogue).
Mostrava um olhar fatal,
avesso,
curto,
rima para o horizonte.
Andou na minha direção,
tirou minhas calças,
boxer e
T-shirt.
Rasgou meu tronco,
beijou minha boca,
salivou meu olhos,
mordeu meus pés.
Deu-me vida!
Verteu meu Jacu Bird,
expandindo o cheiro de vida.
Falou em Euskera,
Mandarim,
Karíb,
Arcaico
(nada tinha sentido,
só meu sentimento).
- Que mulher linda!
Pele sedosa,
cabelos fortes,
tez rubra,
dedos mágicos.
Imperava o sussurro,
uma mistura de Tom e Philip Glass,
nada mais.
Nenhum ruído
ou chiado algoz,
nada mais!
Ela estava ali,
como o ar,
água,
alimento,
realidade.
Como os Sonhos de Kurosawa.
Aqui fiquei.
Aqui vivi.
Um segundo apenas.
Um segundo a mais.
Nele nasci
e nele fiz meu réquiem.