14 dezembro 2013

Dependência...

Sua nudez  
alarga meu encanto 
pelo simplório frugal

e dificulta enjeitar 
o vicio pelas coisas simples.

02 novembro 2013

Que coisa!

Deixo o orgulho de lado,
deito quieto,
pouco humilhado,
infeliz.

Cedeu minha esperança.
Estava elétrico,
(sabe disso!)
desejoso,
urrando de sede,
esfomeado,
faminto,
famélico.

- Mas ainda é tão cedo?
(na noite nada é tarde para nutrir o desejo).
Se havia algo errado, não sei?

Agora discreta,
sussurrou no meu ouvido
(lembra um gemido).

- Bandida!!!
Enganou-me!
Iludiu-me!
Bendita artificiosa,
manhosa,
arteira. 

Sussurra mais uma vez,
e confirma:
-eu quero!

Agora?
Vontade de pular dali correndo.
Escapulir,
esgueirar,
matar-te.

Mas se era justamente o que queria?!
(precisamente!).

Vou espalhar aos sete ventos
que és uma enganadora,
uma burlesca.

Quis matar um desejo!

Por que falou antes

“hoje não”?

01 outubro 2013

Vidente





Coraçãozinho,
espedaçado,
esfarelado,

palpita,
lateja,
titila,
agita:


anda 
pressentindo
que uma coisa boa
vai acontecer!

02 setembro 2013

Comunicação


Cumprindo o praxe universal
de emissor,
receptor 
e meio,
o ritual criado por Eros,
teve inicio no jogo de palavras.
Poucas, sei!
Mas todas curiosas,
indiscretas,
bisbilhoteiras,
do tipo:
Quem? 
Quando? 
Como?
Próprias para despertar o interesse.
Próprias de uma língua oficial
de 280 milhões inquilinos.
Próprias, 
que começaram abrir
o ferrolho
selado,
outrora,
sabe lá por quem? 
Quando? 
Onde?

Na sucessão das horas
(confesso: foram poucas!),
a transmissão racional foi distanciada.
Quem? 
Quando? 
Como?
Ficaram no passado.
Quem? 
Quando? 
Como?
Já tinham as respostas,
que aqui são improprias
apresentar.

Sonoras compreensíveis
de outrora,
passaram a simples percepção.
Gemidos,
murmúrios,
suspiros,
arfados,
hálito.
Sensações
(odor e umidade)
percebidas pelo dedo indicador 
e não mais pelo ouvido médio.

Palavras?!
Para que?
Quem?
Como?
Quando?
São distantes do que Eros
criou.

01 agosto 2013

Estratégia


A definição de outra trajetória
recuperou o rumo,
abalado por embuste,
felonia
e instabilidade.
Bem de mim
que tinha na inocência, 
na crença 
e nos saberes,
minhas maiores qualidades.
Enfim,
tudo recuperado.
Pouco
modificado
sei,
mas
recuperado!