23 março 2011

Madrugada


Madrugada,
Senhora melancólica,
sem sons
(gemidos
ou sussurros).
Um vácuo
obliterado e
abafado
(de presenças
e ausência).
Um limbo,
de algo de desejo,
sem poder ter
(possuindo 
ou possuído).
Agonia insone,
úmida,
taquicárdica,
febril.
  
Luta que envolve
um tempo presente
que demora de chegar.

02 março 2011

Vida após a morte (Para Laura)


Que anjos
virão na minha oração
aportar no pedido contrario ao medo,
de uma noite sem insônia, sustos e pesadelos?

Serafins, querubins,
tronos, dominações, principados,
fadas e fadinhas,
disseram sim!

Correram o mundo,
e chegaram no segundo seguinte
da “ave Maria”, ”Pai nosso” e “mãezinha do céu”,
interrompendo o ciclo.

Aqui trouxeram o armistício,
consensual,
necessário e
final.

E saíram para acalmar
outra alma atribulada
confinante ou
perdida no outro lado da terra.

- Dorme agora minha paz,
esquece deste tempo
de malucos, insanos e
inseguros.
Dorme,
se entregue sem tréguas e
ininterruptamente.
Aqui estou eu!
Super homem,
rijo tudo,
único deste tempo,
que é só nosso.
Não te abandonarei,
nem eu,
nem seus anjos,
nem todos que apostam em ti.