02 novembro 2013

Que coisa!

Deixo o orgulho de lado,
deito quieto,
pouco humilhado,
infeliz.

Cedeu minha esperança.
Estava elétrico,
(sabe disso!)
desejoso,
urrando de sede,
esfomeado,
faminto,
famélico.

- Mas ainda é tão cedo?
(na noite nada é tarde para nutrir o desejo).
Se havia algo errado, não sei?

Agora discreta,
sussurrou no meu ouvido
(lembra um gemido).

- Bandida!!!
Enganou-me!
Iludiu-me!
Bendita artificiosa,
manhosa,
arteira. 

Sussurra mais uma vez,
e confirma:
-eu quero!

Agora?
Vontade de pular dali correndo.
Escapulir,
esgueirar,
matar-te.

Mas se era justamente o que queria?!
(precisamente!).

Vou espalhar aos sete ventos
que és uma enganadora,
uma burlesca.

Quis matar um desejo!

Por que falou antes

“hoje não”?

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