01 abril 2010

Dois mundos


Minha brincadeira à dois
foi obliterada
por um fantasma,
daqueles que nascem doce,
vivem doce,
e morrem doce.

Meu silêncio
foi ocupado pelo barulho de fora,
máquinas movidas por créditos e fichas,
visão de carros, tiros e painéis digital,
adultos no cansaço e pequenos aprontando.

Onde eu estava naquele momento?
Minha cabeça corria o mundo,
tempo ingênuo,
de dois sem futuro,
de eterna agonia
de busca do prazer.

De lá vi aprendizado,
prazer,
tortura.

Aqui,
bolas coloridas e
uma criança brincando,
desejo urgente
de responsabilidade,
afeto
e amor puro.

O passado foi embora,
levou seu rastro de coisa boa,
mas deixe ele lá,
não te quero mais.

O presente,
meu bem me deu,
embrulhado
em papel de seda,
transparente e colorido,
com sua fita rosa desde o nascimento,
decorado com descoberta,
entrega sem custas,
e sem papéis assinados em cartório.

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