02 dezembro 2009
Gozo
Uma a uma,
liquidez
que escorre
na minha cama,
junto a um braço caído,
do lado de um corpo erguido.
Gotas semi coaguladas,
simulando o processo líquido que ocorreu.
Suores, odores, secreções,
tudo é muito intenso,
e insano.
Há pouco era um ser endiabrado,
agora,
anjo
envolto em uma aura
luminosa.
(E esse olhar contento,
de possuída,
a mirar o outro,
convalescente
da euforia.)
De canto vejo o que não queria ver,
ou talvez,
o que toda minha vida quis ter.
Vi a alma de uma mulher,
registro feliz de mutação,
o corpo brando,
branco,
entregue,
seios empinados,
bicos rosas,
rabo de cavalo,
vulva recortada,
levemente decorada.
Um gemido
rompe o silêncio
da respiração ofegante.
Aqui eu não aguento,
o sangue passa,
levantando tudo que é possível levantar,
das cavernas secas,
ficaram às recordações
do último minuto.
De destruído,
sou agora um algoz guerreiro.
(Ah, esse contato!
Dizer o que?
não precisa,
quero me reintegrar ao prazer.)
E venha mais rios,
para nos afogar
de plasma seminal,
e das secreções mais cheias de sentidos
que alguém pode conceber.
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