Deixo
o orgulho de lado,
deito
quieto,
pouco
humilhado,
infeliz.
Cedeu
minha esperança.
Estava
elétrico,
(sabe
disso!)
desejoso,
urrando
de sede,
esfomeado,
faminto,
famélico.
-
Mas ainda é tão cedo?
(na noite nada é tarde para nutrir o desejo).
Se
havia algo errado, não sei?
Agora
discreta,
sussurrou no meu ouvido
(lembra um gemido).
- Bandida!!!
Enganou-me!
Iludiu-me!
Bendita artificiosa,
manhosa,
arteira.
Sussurra mais uma vez,
e confirma:
-eu quero!
Agora?
Vontade
de pular dali correndo.
Escapulir,
esgueirar,
matar-te.
Mas
se era justamente o que queria?!
(precisamente!).
Vou espalhar aos sete ventos
que és uma enganadora,
uma burlesca.
Quis
matar um desejo!
Por que falou antes
“hoje
não”?