Definir é um desafio,
Interrogue-me e fujo desta quesito,
Não quero ver, inferir ou meditar...
É uma perene agonia!
Nem sempre as três dimensões que fundamentam sua existência contêm
sua experiência:
Passado, presente e futuro,
Por si só não o fazem concreto.
(- Se nenhuma das suas partes existe, como pode ele subsistir?)
(- Se nenhuma das suas partes existe, como pode ele subsistir?)
Quando penoso é lento,
Quando feliz, amável e prazeroso, rápido,
Quase fugaz, às vezes uma ilusão.
(- Como pode ser célere para uns e viscoso para todos?)
Só no plano divino,
Anterior a nossa criação,
Para entendimento.
(- Mas se há um planejamento superior, para que medi-lo então?)
Relativizá-lo será sempre uma tentação.
Alguns marcam com segundos, minutos, dias e primaveras.
Outros com ações:
Amores perdidos, trabalhos concluídos, filhos crescidos.
(Eu, constante emoção!)
A realidade dele só está no pensamento.
Na verdade,
Sua compreensão só é percebida no espaço e movimento,
Intervalo e animação,
Vida e viver.
Concluí-lo, jamais!
As marcas que nele imprimem,
Eternamente o farão dissemelhante.
O fato que é cíclico,
É uma sucessão de inverno, verão, férias e São João.
Um eterno reviver,
Mas sem necessariamente restituir.
Então,
Que flua,
Que se viva nele.
Que seja segundo,
Seja eterno,
Seja individual.
Seja próprio,
Exclusivo,
Irreversível.
O meu é só meu,
Cabe na minha caixinha mágica.
Na minha nave espacial.
(Transforma-me!)
Nele transfiguro,
Modifico,
Experimento.
Sou objeto e
Ação.
E graças a ele,
subsisto.